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Crédito via FIDC: uma excelente alternativa para sua empresa

Executivo analisando gráficos financeiros e dados de mercado com prédios ao fundo

O FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) vem se consolidando como uma das soluções financeiras mais estratégicas para empresas que desejam otimizar o fluxo de caixa, reduzir riscos de inadimplência e acessar capital de giro de forma ágil. 

Para diretores financeiros que enfrentam desafios com restrições de crédito, atrasos de pagamentos e necessidade de liquidez, compreender o funcionamento de um FIDC é fundamental para tomar decisões inteligentes e seguras.

Segundo dados recentes, as emissões de FIDCs somaram R$157,7 bilhões no primeiro semestre de 2025, estabelecendo um recorde histórico no mercado brasileiro, com destaque para o mês de junho, que registrou o maior volume mensal já emitido. 

Esses números refletem o crescente interesse de empresas e investidores nesse tipo de operação, evidenciando a confiabilidade e relevância do mercado de FIDCs no Brasil.

Neste guia completo, abordaremos o que são os FIDCs, como funcionam, suas vantagens, desafios, oportunidades e estratégias para investir ou negociar direitos creditórios, incluindo uma sessão final de perguntas frequentes para esclarecer todas as dúvidas.

O que são FIDCs?

Os FIDCs são conhecidos por serem meios de investimento coletivo ou de capital próprio que concedem crédito tendo como garantia ativos financeiros de empresas provenientes de contratos como duplicatas, cheques, contratos de financiamento, imóveis, recebíveis de fornecedores, entre outros. 

Isso porque, além de serem instrumentos de investimento, no qual é possível adquirir direitos creditórios, os FIDCs podem funcionar em duas modalidades

  • Capital aberto: Captam recursos de investidores qualificados e permitem a entrada e saída contínua de investidores que geram o capital e oferecem mais liquidez. 
  • Capital fechado: A própria instituição financeira é quem fornece os recursos, ou seja, você negociará direto com um consultor da instituição financeira para obter condições customizadas.

As duas são voltadas para negociar recebíveis de empresas, que procuram o fundo para obter liquidez em troca de uma promessa de pagamento futuro. 

A busca por essa fonte de crédito tem crescido bastante no Brasil, principalmente com a consolidação das fintechs no mercado nacional. Segundo o Boletim Econômico da Comissão de Valores Mobiliário (CVM), as emissões de FIDCs cresceram 84% no ano passado.

A estrutura dos FIDCs

A estrutura de um FIDC envolve três partes principais:

  • Originador: a empresa que possui os direitos creditórios, ou seja, os créditos a receber de suas vendas a prazo;
  • Cedente: a empresa que vende esses direitos ao FIDC, transferindo o risco de inadimplência ao fundo;
  • Investidor: aquele que aplica recursos no fundo, esperando um retorno sobre o investimento por meio das cotas do FIDC. Os investidores podem ser externos, nos FIDCs de capital aberto, ou a própria FIDCs, quando age com capital próprio.

Para gerenciar o risco e a liquidez, os FIDCs são frequentemente estruturados em tranches, que são diferentes níveis de prioridade no recebimento dos pagamentos dos direitos creditórios. As tranches, nos casos de capital aberto, são usadas para gerenciar e distribuir o risco entre os investidores de acordo com suas preferências e tolerâncias ao risco.

Os critérios da política de crédito dos FIDCs de capital próprio são cuidadosamente pensados para gerir as oportunidades que se alinhem aos seus objetivos de rentabilidade e segurança. Esse processo inclui a avaliação detalhada da solvência dos devedores, a análise das condições de pagamento e a projeção de fluxos de caixa futuros.

Além disso, a precificação do risco é um elemento crucial na operação dos FIDCs de capital próprio. E, para calcular o valor dos direitos creditórios, são considerados fatores como a qualidade do crédito, a taxa de inadimplência, o tempo de recuperação e as condições econômicas gerais.

Nesse contexto, as seniores têm prioridade sobre os pagamentos, mas oferecem retornos menores, enquanto as tranches subordinadas têm maior risco e, portanto, maiores retornos potenciais.

Direito creditório: o que é e qual sua importância?

Um direito creditório é o direito de receber um valor futuro devido por um cliente ou devedor, normalmente resultante de vendas a prazo, prestação de serviços ou outros contratos financeiros.

No contexto de FIDCs, os direitos creditórios são a matéria-prima do fundo, pois é com eles que o fundo gera receita e remunera seus investidores. A importância de compreender os direitos creditórios inclui:

  • Gestão eficiente do fluxo de caixa: vender recebíveis permite antecipar recursos para investimentos ou pagamento de despesas;
  • Redução de riscos de inadimplência: ao transferir a responsabilidade de cobrança para o fundo, a empresa diminui o impacto de clientes que atrasam pagamentos;
  • Acesso a financiamento ágil: diferente de linhas de crédito tradicionais, os recursos são liberados rapidamente, dependendo apenas da avaliação dos recebíveis.

Processo de securitização de direitos creditórios

A securitização é o processo pelo qual os direitos creditórios são transformados em ativos financeiros negociáveis. Envolve várias etapas e proporciona benefícios tanto para as empresas cedentes quanto para os investidores como, por exemplo:

  • Identificação e venda dos direitos creditórios: a empresa cedente identifica quais direitos deseja vender e os transfere para o FIDC;
  • Emissão de cotas pelo FIDC: o FIDC, quando aberto, emite cotas que são oferecidas ao mercado, essas cotas representam uma participação nos direitos creditórios adquiridos pelo fundo. Quando o capital é fechado, as contas são oferecidas a um grupo restrito de investidores qualificados, permitindo que tenham uma parcela dos rendimentos, ou são plenamente assumidas pela instituição.
  • Participação dos investidores: no capital aberto, eles compram as cotas emitidas pelo FIDC, que proporciona a liquidez à empresa cedente. Enquanto no capital fechado, é a própria instituição que fornece esse capital. Em ambos os casos, a empresa cedente recebe retornos baseados no fluxo de caixa gerado pelos direitos creditórios.

Esse mecanismo permite que as empresas cedentes obtenham liquidez de forma mais rápida e eficiente, ao mesmo tempo em que oferecem aos investidores uma oportunidade de diversificação de seus portfólios. 

Vale ressaltar que os investidores, por sua vez, assumem o risco de crédito associado aos direitos creditórios, mas podem obter retornos atrativos como compensação.

De maneira direta, a securitização, portanto, transforma créditos de baixa liquidez  em ativos financeiros negociáveis, criando um ambiente dinâmico para o financiamento de empresas e a diversificação de investimentos.

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Como funciona um FIDC: um passo a passo detalhado

Mas afinal, como funciona um FIDC? O funcionamento do fundo pode ser entendido em um fluxo de etapas que envolvem desde o diagnóstico dos direitos creditórios até a gestão contínua e liquidação das operações.

Primeiro, a empresa cedente realiza um diagnóstico interno para identificar quais contas a receber podem ser transformadas em liquidez. Isso inclui avaliar o volume de recebíveis, o perfil dos clientes devedores (sacados), a frequência de inadimplência, os custos internos de cobrança e a urgência de capital de giro.

Em seguida, define-se o tipo de FIDC ideal: aberto ou fechado. Nesse momento também são discutidas as regras da operação, como as condições de cessão de crédito, estrutura de cotas (sênior, mezanino, subordinada), prazos de vencimento e limites de concentração de risco. 

A empresa participa ativamente da negociação, enquanto o administrador do fundo estrutura juridicamente o regulamento, prospecto e documentos necessários para captar investidores.

Na etapa de avaliação é feita a precificação dos direitos creditórios. Isso significa calcular o valor presente dos recebíveis cedidos, levando em conta o prazo para pagamento e o risco de inadimplência. 

A empresa simula os impactos financeiros da operação e compara com outras alternativas, enquanto o gestor do fundo avalia a carteira e define se os créditos serão adquiridos.

Após a aprovação, é feita a cessão formal dos créditos. A empresa e o FIDC assinam os contratos, notificam os sacados quando necessário e formalizam a transferência dos direitos. A partir desse ponto, o fundo passa a ser o titular dos recebíveis.

Durante a operação, o gestor do fundo acompanha os pagamentos, faz a cobrança, registra a inadimplência e entrega relatórios periódicos de desempenho. A empresa acompanha o desempenho da carteira, o impacto no fluxo de caixa e o retorno da operação, enquanto os investidores recebem os rendimentos conforme a estrutura de cotas definida.

Por fim, ocorre a liquidação do fundo ou amortização das cotas, conforme previsto em contrato. Os cotistas recebem os valores devidos e a empresa pode realizar novas operações de cessão, se desejar manter a estratégia de capital recorrente via FIDC.

Matriz FIDC: entendendo as classificações e os riscos

A Matriz FIDC pode se referir a diferentes aspectos classificatórios de um fundo, incluindo tipo de carteira, perfil de risco e limites de concentração. Aqui vão os mais relevantes:

  • Open vs. Closed (Aberto vs Fechado): um FIDC aberto permite resgates ou amortização de cotas conforme regulamento, enquanto o fechado só permite resgate ao final do prazo ou quando as coleções de direitos creditórios forem liquidadas.
  • Cotas Sr./Subordinadas: estrutura com classes de cotas, onde algumas têm prioridade de recebimento (sênior), com menor risco, menor retorno, enquanto outras (subordinadas) absorvem primeiro perdas, mas têm retorno potencialmente maior.
  • Mono-cedente / Multi-cedente; Mono-sacado / Multi-sacado: refere-se a quantos cedentes/sacados existem no portfólio de direitos creditórios; quanto mais diversificada for a base (vários cedentes e sacados), menor o risco de concentração.
  • Padronizado ou não-Padronizado: direitos creditórios mais homogêneos, com documentação padronizada ou critérios uniformes, tendem a ser menos arriscados do que carteiras muito heterogêneas ou com lastros incertos.
  • Risco de crédito: relacionado à possibilidade de inadimplência ou atrasos pelos sacados.
  • Risco legal/operacional: inclui a validade da cessão, notificações aos sacados, garantias, estrutura de cobrança, reputação e capacidade do gestor.
  • Risco de liquidez: em muitos FIDCs, cotas têm prazos de amortização ou liquidação que não garantem liquidez imediata ou diária. Resgates podem estar sujeitos a regras rígidas.

FIDC NPL2: o que significa e como funciona?

O FIDC NPL2 aparece como expressão relacionada a FIDC não padronizados, especialmente ao que se refere a créditos problemáticos (NPL = Non‑Performing Loansou créditos não performados / inadimplentes ou em atraso). 

Há alguns pontos importantes:

  • O termo NPL2 advém de um modelo que busca concentrar ou absorver créditos problemáticos que ainda não foram quitados dentro do prazo originalmente pactuado;
  • Esses créditos, por natureza, têm maior risco de inadimplência, precisam de estrutura de cobrança mais robusta, provisões para perdas, auditoria, e são menos previsíveis em relação a valores e prazos de recuperação;
  • Para empresas cedentes: ceder créditos com risco reduzido melhora liquidez, mas é necessário aceitar um desconto maior ou condições que reflitam esse risco;
  • Para investidores ou gestores de FIDC: há a oportunidade de retorno maior, mas com o risco inerente de que muitos créditos simplesmente não sejam pagos ou sejam pagos parcialmente. Exige diligência rigorosa e transparência;
  • Também há preocupações legais/comunicativas: por exemplo, garantir que a cessão do crédito foi notificada ao sacado, que documentação está em dia, para evitar litígios ou questionamentos futuros.

Dependendo de como foi estruturado, um FIDC NPL2 pode ser adequado para empresas que precisam baixar a exposição ao risco de crédito castigado, ou que queiram fazer um “cleanup” de carteiras de recebíveis mais deterioradas.

FIDC X outras opções de crédito empresarial

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios se destacam em alguns aspectos por oferecerem vantagens competitivas únicas. 

Primeiramente, os FIDCs permitem que as empresas monetizem seus direitos creditórios, transformando os recebíveis em liquidez imediata sem aumentar seu endividamento. 

Isso contrasta com os empréstimos bancários, nos quais as empresas assumem novas dívidas que devem ser pagas com juros, aumentando o passivo e limitando potencialmente a capacidade de obter mais crédito no futuro. Além disso, a securitização através dos FIDCs proporciona uma diversificação do risco

Em ambos os casos — bancos ou FIDCs — o risco pode ser calculado a partir de uma série de variáveis: risco da carteira de clientes, histórico do pagador, condições de mercado, etc. 

Nos empréstimos bancários e FIDCs de capital próprio, por exemplo, o risco está concentrado nas próprias instituições, enquanto as de capital aberto negociam os direitos creditórios com o mercado, que realiza os aportes de acordo com o seu perfil de risco, resultando em condições mais favoráveis para a empresa cedente. 

Outra vantagem dos FIDCs em relação às linhas de crédito tradicionais é a flexibilidade

As linhas de crédito tradicionais geralmente possuem limites rígidos e condições específicas de solicitação, enquanto os FIDCs podem ser estruturados de forma a atender necessidades específicas de fluxo de caixa, que representa uma solução pensada sob medida para a empresa.

Por que optar pelos FIDCs?

Em uma indústria tão dinâmica quanto a de transformação, entender a importância do financiamento é fundamental para impulsionar o crescimento e a inovação.

Nesse sentido, ao optar por um FIDC, sua empresa pode desfrutar de maior flexibilidade e personalização nos termos de financiamento do que financiamentos mais tradicionais. 

Ao diversificar suas fontes de financiamento, você pode mitigar os riscos associados à volatilidade do mercado e garantir uma base sólida para sustentar o crescimento a longo prazo. E, além disso:

Acesso a recursos sem aumentar o endividamento 

Um dos principais atrativos dos FIDCs é que eles oferecem uma fonte adicional de capital de giro, essencial para cobrir despesas operacionais, como compra de matéria-prima, pagamento de fornecedores e despesas salariais. 

Além disso, esse financiamento pode ser fundamental para aproveitar oportunidades de investimento de curto prazo, como atualizações de equipamentos, expansão da capacidade de produção ou lançamento de novos produtos.

Diversificação de fontes de financiamento

Os FIDCs permitem que a empresa diversifique suas fontes de financiamento, reduzindo a dependência de empréstimos bancários tradicionais e de outras formas de crédito. Isso proporciona uma maior resiliência financeira e flexibilidade para explorar diferentes oportunidades de financiamento.

Condições de financiamento ágeis e flexíveis

Essa flexibilidade pode incluir prazos de pagamento mais longos, estruturas de amortização personalizadas e até mesmo taxas de juros competitivas, contribuindo para a otimização do fluxo de caixa e a maximização dos investimentos em crescimento e inovação.

E, pelo fato de esses fundos normalmente terem uma estrutura mais enxuta e flexível, você contará com mais agilidade na tomada de decisões

Melhoria do fluxo de caixa

Ao vender direitos creditórios para uma FIDC, a empresa pode converter ativos de longo prazo em caixa de curto prazo

Isso ajuda a melhorar o fluxo de caixa da empresa, com recursos para financiamento, e ainda reduz o risco de crédito, transferindo o risco de inadimplência dos clientes para o fundo e diversificando. 

Estabilidade em momentos de incerteza econômica

Em períodos de incerteza econômica, os FIDCs podem fornecer uma fonte estável de liquidez, auxiliando a empresa a manter suas operações e cumprir com suas obrigações financeiras, mesmo quando as condições de crédito são restritivas.

Impacto nos indicadores financeiros

Quando você converte direitos creditórios em caixa imediato, há mais liquidez para a empresa, permitindo que ela tenha mais recursos disponíveis para suas necessidades financeiras, sem que contraia grandes dívidas. 

Isso melhora os índices de liquidez, como o corrente e o imediato, proporcionando uma visão mais saudável da capacidade da empresa de cumprir suas obrigações de curto prazo. 

Além disso, ao antecipar recebíveis e reduzir a dependência de empréstimos bancários, você terá uma menor alavancagem financeira, refletida em um menor índice de endividamento, menos risco financeiro e maior a estabilidade da empresa a longo prazo.

Menos riscos futuros

Como você notou, os FIDCs ajudam a agilizar a aquisição de recursos financeiros. Porém, também é importante lembrar que existe uma regulamentação dos FIDCs pela Comissão de Valores Mobiliários que oferece uma camada adicional de proteção. 

A CVM estabelece normas rígidas para a constituição e operação dos FIDCs, como a Instrução CVM 489, que garantirá transparência, governança e conformidade com as melhores práticas.

Ao optar por um crédito via FIDC você obtém um atendimento consultivo especializado no assunto e uma operação personalizada e customizada às suas necessidades.

Assim, contar com uma instituição especialista em FIDCs permite que você tenha ainda mais rapidez, liquidez e taxas competitivas, permitindo que o seu retorno seja rápido e seguro!

Investir em FIDC: benefícios e desafios para a sua empresa

Embora muitos FIDCs sejam apresentados como instrumento para empresas que querem vender seus recebíveis, também há oportunidade para sua empresa investir ou estruturar/participar de fundos de outras formas — dependendo do tamanho, perfil e experiência. Aqui vão benefícios e desafios sob sua perspectiva:

Benefícios:

  • Melhor rentabilidade para investidores qualificados: para instituições ou empresas que têm reservas de caixa, investir em cotas sênior de FIDCs pode oferecer taxas superiores às de renda fixa tradicional.
  • Diversificação de ativos: reduz exposição a riscos bancários ou de mercado tradicionais.
  • Possibilidade de estruturar portfólio ajustado ao perfil de risco: escolhendo fundos com carteiras bem avaliadas, com concentração baixa por sacado etc.
  • Aproveitar ineficiências de mercado: alguns ativos de crédito não performados (mas com possibilidade de recuperação) podem ser mal precificados, criando oportunidades.

Desafios:

  • Avaliação de risco de crédito: exige competência (ou contratar especialista) para analisar os sacados, histórico de cobrança, vencimentos, eventuais garantias.
  • Exposição à inadimplência: se muitos créditos se tornarem calotes, impactaram no retorno esperado.
  • Complexidade legal e operacional: contratos de cessão, notificações, garantias, obrigações regulatórias etc.
  • Custos de estruturação: taxas de administração, jurídico, auditoria, gestor, classificação de risco etc.
  • Liquidez limitada: dependendo da estrutura do FIDC, resgates podem não ser imediatos ou podem estar sujeitos a prazos longos ou a amortizações escalonadas.
  • Transparência e governança: para investir ou negociar, é fundamental que o fundo ou gestor sejam confiáveis, apresentem informações claras, relatórios frequentes, protocolo de recuperação de créditos, etc.

FIDC aberto ou fechado

Com exceção do tipo de investidor, os FIDCs de capital aberto e fechado são bem parecidos. Contudo, há uma grande vantagem do FIDC de capital próprio. É possível negociar direto com quem está investindo, sendo a própria instituição que faz o empréstimo.

Isso fornece a vantagem de negociar condições ainda mais personalizadas para sua empresa e não apenas aquelas definidas pelas forças de mercado. Dentro dessa personalização do FIDC de investimento fechado, você:

  • Pode negociar com garantia de bem imobiliário;
  • Tem acesso a condições de pagamento melhores;
  • Pode acelerar o tempo de negociação dos recebíveis.

Escolheu negociar crédito via FIDC?

Ao considerar opções de crédito, é essencial conhecer as diferenças entre operações geradas via FIDCs e aquelas geradas em demais bancos do sistema financeiro.

FIDCs são uma alternativa interessante porque permitem que as empresas transformem seus recebíveis em capital de giro, o que é um movimento valioso para ter mais liquidez.

Atenção aos prazos e taxas de juros, apesar de serem frequentemente mais atrativas que financiamentos tradicionais, sua empresa pode ter custos de captação menores, um fluxo de caixa mais estável e previsível.

Mas, antes de tudo, você deve conhecer e diagnosticar as necessidades da sua empresa e qual é o plano estratégico que você deseja colocar em prática. Em outras palavras, você, empreendedor, deve saber onde o seu negócio deve chegar e o que deve ser feito para isso.

Em tempo: se você ainda não tem essa clareza na sua mente, não se preocupe! Nosso time está aqui para ajudar

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Classificação de risco em FIDCs

A classificação de risco das tranches de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios é um processo que afeta tanto os investidores quanto a empresa emissora dos direitos creditórios. 

Essa classificação é realizada por agências de rating independentes e baseia-se em uma série de critérios que avaliam a qualidade e a probabilidade de adimplência dos créditos que compõem o fundo.

Conheça alguns deles:

  • Análise da qualidade dos direitos creditórios;
  • Solvência do cedente;
  • Estrutura jurídica do fundo;
  • Capacidade de gestão do administrador do fundo;
  • Diversificação dos créditos; 
  • Concentração de risco em determinados devedores;
  • Histórico de inadimplência dos créditos securitizados.

Para os investidores, a classificação fornece uma indicação da segurança e qualidade dos ativos, ajudando-os a tomar decisões sobre quais tranches investir, considerando seu perfil e objetivos. 

Tranches com classificação mais alta são consideradas menos arriscadas e oferecem retornos menores, enquanto tranches com classificação mais baixa apresentam maior risco, mas potencial de retorno mais elevado. 

Isso influencia diretamente a estratégia de diversificação e gestão de risco dos investidores.

Para a empresa emissora, a classificação de risco afeta o custo de capital, a liquidez dos ativos e o acesso ao mercado. Tranches de risco mais baixo atraem mais investidores com taxas de retorno menores, o que reduz o custo de financiamento. 

Além disso, uma boa classificação melhora a reputação da empresa, uma vez que demonstra sua capacidade de gerar créditos de alta qualidade e facilita futuras operações de securitização.

Aplicações práticas para grandes empresas

Grandes empresas de diversos setores podem utilizar os fundos de direitos creditórios como uma ferramenta estratégica para negociar os seus recebíveis e transferir o risco das vendas a prazo para as instituições financeiras.

Empresas de varejo, por exemplo, frequentemente têm um volume significativo de vendas a prazo, gerando direitos creditórios substanciais.

Ao securitizar os créditos por meio de um FIDC, a empresa pode converter rapidamente esses recebíveis em liquidez imediata, a fim de otimizar seu fluxo de caixa sem endividamentos. Isso abre espaço para investimentos de expansão, inovação ou outras necessidades operacionais com mais flexibilidade.

No setor de agronegócio, no qual os ciclos de produção e vendas podem ser longos e sazonais, as grandes empresas usam FIDCs para obter recursos antecipados sobre as vendas futuras. 

Isso proporciona uma base financeira para suportar as operações durante os períodos de produção e colheita.

Empresas de telecomunicações e tecnologia, que geralmente têm contratos de longo prazo com clientes, podem utilizar FIDCs para monetizar os pagamentos futuros desses contratos. 

Ao transformar esses recebíveis em caixa imediato, essas empresas conseguem financiar novos projetos, melhorar a infraestrutura ou aumentar o capital de giro sem comprometer as contas a pagar.

O que considerar antes de negociar seus recebíveis com um FIDC

Para quem planeja vender os direitos creditórios da empresa para FIDCs, algumas considerações podem ser úteis para garantir uma preparação que ajudará a maximizar os benefícios. Aqui estão algumas sugestões:

  • Análise de portfólio de crédito: Realize uma análise abrangente do portfólio de crédito da empresa para identificar os direitos creditórios mais adequados para venda;
  • Organize sua carteira: Para evitar vender os direitos creditórios que não deveria, organize-os por grupos para facilitar a sua visualização sobre a possibilidade de venda. Por exemplo, ativos de diferentes setores, regiões geográficas ou tipos de devedores;
  • Negocie termos favoráveis: Negocie os termos e condições da transação com o gestor do FIDC para garantir condições favoráveis para a empresa;
  • Adote estratégias de precificação: Desenvolva uma estratégia de precificação sólida para os direitos creditórios a serem vendidos, considerando o risco associado, a qualidade dos ativos e as condições de mercado;
  • Avaliação de impactos financeiros: Avalie cuidadosamente os impactos financeiros da venda dos direitos creditórios para a empresa, incluindo os efeitos sobre o fluxo de caixa, a rentabilidade e a posição financeira geral.

Transforme seus direitos creditórios em capital imediato!

Os FIDCs são mais do que apenas instrumentos financeiros — são ferramentas estratégicas para empresas que desejam transformar ativos em liquidez, sem aumentar seu endividamento ou comprometer a saúde financeira. 

Para diretores financeiros, que lidam diariamente com restrições de crédito, instabilidade no fluxo de caixa e riscos de inadimplência, entender e utilizar os FIDCs pode representar uma virada na gestão do capital.

Ao optar por esse modelo, sua empresa pode conquistar maior previsibilidade financeira, acelerar o ciclo operacional e obter recursos para crescer mesmo em cenários de incerteza. Com o suporte certo, é possível realizar operações seguras, sob medida e com retorno real para a companhia.

No Daniele Banco, oferecemos soluções sob medida em crédito, antecipação de recebíveis e gestão de riscos. Nossa abordagem consultiva garante que você tenha clareza e segurança em todas as etapas da operação com FIDC.

Quer entender como isso se aplica à realidade da sua empresa? Fale com um de nossos especialistas e descubra como transformar seus direitos creditórios em capital imediato.

Perguntas frequentes

O que são exatamente direitos creditórios?

São valores que sua empresa tem a receber no futuro — duplicatas, contratos, cheques, parcelas de vendas a prazo, contratos de prestação de serviço etc. Ceder esses direitos é transferir esse recebimento para o fundo, em troca de pagamento antecipado.

O que significa “FIDC NPL2”?

Refere‑se a fundos que operam com direitos creditórios não performados ou com risco elevado de inadimplência. “NPL” = *non-performing loan*. O “2” pode indicar uma segunda geração ou série desses fundos. Envolve riscos maiores, descontos maiores, demandas de cobrança maiores etc.

Investir em FIDC: para quem é?

Inicialmente, era restrito a investidores qualificados e profissionais, mas regulamentações recentes têm aberto o acesso a investidores com menor volume de patrimônio. É essencial avaliar se a empresa ou o investidor tem apetite para risco de crédito, perfil de retorno esperado, liquidez necessária etc.

Quais são os riscos envolvidos?

Risco de crédito (inadimplência dos sacados), risco de liquidez (dificuldade de resgatar cotas rapidamente), risco legal (cessão mal feita, notificações, garantias), risco operacional (gestão, cobrança), risco de concentração (dependência de poucos sacados) etc.

Como negociar com um FIDC de forma segura?

Verificar a reputação do gestor, análise de portfólio de recebíveis, estrutura legal/documental, taxas, classes de cotas, prazos, como será feita cobrança e provisões, se há seguro ou garantias, solicitar relatórios e transparência, etc.

FIDC aparece como dívida ou afeta endividamento da empresa?

Não. A cessão de recebíveis não é um empréstimo, então não se caracteriza como dívida no balanço. Porém, há impactos contábeis e fiscais a avaliar, que dependem da estrutura legal do contrato de cessão.

Como é tributado o FIDC?

As cotas de FIDC seguem regras de tributação de renda fixa, Imposto de Renda, IOF se houver operações de curto prazo etc. Verifique regulamento, prazo, tipo de cotas.

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